quarta-feira, 25 de julho de 2012

THE BEATLES - LET IT BE - MEGAPOST 2012

Let it be, foi o penúltimo álbum gravado e o ultimo lançado pelos Beatles. Este álbum contém muitos clássicos (incluindo a faixa título). O lançamento do disco, foi logo após a separação “oficial” do grupo, em 1970.
Em Novembro de 1968 Os Beatles estavam quase entrando em colapso. Apesar do Álbum Branco estar sendo considerado um dos melhores discos do grupo, o clima de tensão das gravações geraram desavenças. John Lennon estava mais interessado com sua 'new life' com Yoko Ono e seus álbuns experimentais, George Harrison também começou a embarcar na onda de discos solo, Ringo decidiu se aventurar a fazer cinema. Só Paul McCartney ainda tinha o sonho de manter o grupo unido, e numa tentativa desesperada da façanha, teve a idéia do projeto 'Get Back'. Na verdade, 'Let it Be' nasceu com o título de Get Back, que além do nome da música, mostraria os Beatles como eles eram mesmo: gravando sem a ajuda de overdubs, efeitos de estúdio e orquestras contratadas - Exatamente o contrário do que foram seus últimos álbuns.A idéia era filmar o dia a dia da banda nos ensaios do que seria um ou dos shows ao vivo, em um parque ou num barco. O filme seria transmitido pela tv e teria o nome de 'Get Back'. A falta de direção e o desinteresse geral logo fez o projeto mudar de rumo. O que seria a idéia de mostrar os Beatles voltando as origens, deu lugar a um documentário de como os Beatles se separaram. John Lennon odiou a idéia de ter que estar num estúdio frio às 8 da manhã e se mostrar alegre e pronto para ensaiar e compor. George não aguentou mais o domínio de Paul na banda e chegou a abandonar o grupo para retornar uma semana depois. Ringo estava lá, atrás da bateria, mas nada animado. Só Paul tinha a idéia de manter o projeto vivo. A presença constante de Yoko Ono era insuportável! As gravações começaram em Janeiro de 1969 no Twickenham Film Studios na primeira das 3 semanas de filmagem, mas logo se mudaram para os Estúdios da Apple, onde ganhariam o reforço de Billy Preston nos teclados (trazido por George para amainar os ânimos). Em 30 de Janeiro fizeram o famoso concerto, que se resumiu a subirem no telhado do prédio da Apple e tocarem algumas músicas para quem estivesse passando pela rua. Em fevereiro o técnico de som Glyn Johns trabalhou nas fitas e apresentou o projeto do que seria o disco 'Get Back', mas foi rejeitado. Logo depois, desistiram de vez da idéia de lançar o que achavam ser uma porcaria e engavetaram o projeto. Para consertar o erro, ainda gravaram o que seria o último LP e canto de cisne dos Beatles: 'Abbey Road', e logo após John Lennon saiu definitivamente do grupo. Paul, George e Ringo ainda trabalhariam juntos em janeiro de 1970, mas foi em março do mesmo ano que o então famoso produtor Phil Spector entrou em cena. Após uma intensiva semana de remixagens, ele apresentou o reformulado e entitulado álbum 'Let it Be'. Totalmente diferente da proposta original, o disco veio como uma salada. Continha as gravações do estúdio da Apple, as gravaçoes de 1970, o show do teto da Apple e uma remixagem de uma música antiga de John, além de alguns comentários do filme. Para horror de Paul McCartney, algumas tiveram a rotação alterada, foram editadas na sua duração e o pior... sua canção 'The Long and Winding Road' recebeu arranjo de orquestra, sem seu consentimento e aprovação. Estranhamente, 'Don´t Let Me Down',um música de John gravada nas sessões não foi incluída no disco, mas lançada em single quase um ano antes com 'Get Back' do outro lado. O disco originalmente foi lançado em uma caixa contendo ainda um livro com várias fotos do, mas logo foi substituido pela versão normal. Em junho alcançou o 1º lugar, onde ficou por 3 semanas. TWO OF US (Lennon & McCartney) Escrita por Paul, talvez seja um adeus a sua parceria com John Lennon. Paul canta e toca violão, e John divide os vocais com ele. Nâo existe contrabaixo na música, o que se houve é George Harrison fazendo uma linha harmônica nas cordas graves da Guitarra.
DIG A PONY (Lennon & McCartney) Composta por John, teve alguns compassos editados da versão original. Tirado do concerto do Telhado da Apple, tem a participação de Billy Preston no piano elétrico.
ACROSS THE UNIVERSE (Lennon & McCartney) Ao contrário do que se pensa, essa música não foi gravada para o disco Let it Be. Trata-se de uma remixagem da mesma canção de 1968. Phil Spector apenas alterou a rotação, excluiu os vocais de fundo e colocou uma orquestra. A versão original se encontra no disco 'Past Masters 2'. É uma das melhores canções de John Lennon.
I ME MINE (Harrison) A última música a ser gravada pelos Beatles, mas já sem John Lennon. George canta e Paul faz segunda voz. Phil Spector alterou a duração da música, deixando-a com um verso a mais.
DIG IT (Lennon/McCartney/Harrison/Starkey) Uma brincadeira de estúdio que acabou virando música. A versão original continha 5 minutos de duração e tinha Paul e George cantando versos diferentes. Para o disco, ela foi resumida a 48 segundos, só com o vocal de John.
LET IT BE (Lennon & McCartney) Um dos maiores sucessos de Paul McCartney, com uma letra prá lá de espiritual. Paul toca piano e canta. John toca baixo e junto com George faz o coro. Billy Preston toca órgão e Phil Spector colocou alguns sopros na mixagem. A versão do disco difere da versão lançada em single, que é de George Martin.
MAGGIE MAE (arr. Lennon/McCartney/Harrison/Starkey) Uma música tradicional de Liverpool e a 1ª não composição dos Beatles a ser incluída em um álbum desde Bad Boy, de 1965. John canta e Paul faz 2ª voz.
I´VE GOT A FEELING (Lennon & McCartney) Uma junção de uma música de Paul com uma balada de John. Paul compõs a primeira parte (I´ve Got a Feeling) e John a 2ª (Everybody had a Hard Year), que faz o contracanto. Tocada durante o show do telhado da Apple, foi a última música que contém parceiria de John Lennon e Paul McCartney.
ONE AFTER 909 (Lennon & McCartney) Composta em 1959 por John e Paul, foi gravada em 1963 durante as sessões de 'From Me To You', mas não foi lançada. John canta com Paul. Billy Preston toca piano. Também tocada no telhado da Apple, mas esta versão é de estúdio.
THE LONG AND WINDING ROAD (Lennon & McCartney) Outro megasucesso de Paul McCartney. O que seria uma simples balada com piano, baixo, bateria e órgão, transformou-se numa super produção nas mãos de Phil Spector. Uma orquestra completa, com violinos, sopros, harpa e um coro feminino foi incluído na mixagem, para desgosto total de Paul McCartney.
FOR YOU BLUE (Harrison) Música de George, que canta e toca violão, Paul no piano, Ringo bateria e John com uma guitarra havaiana.
GET BACK (Lennon & McCartney) Uma versão menor e diferente da versão original, já lançada em single. Esta música finaliza o filme Let it Be, e também o disco. Paul canta e John no final agradece o público, e no discurso, diz que 'espera que tenham passado no teste'... e como não??? A versão original se encontra no disco 'Past Masters 2'.

Pouco antes do início da faixa ouve-se um fragmento de conversa no estúdio, e John proclama: "I Dig a Pygmy, by Charles Hawtrey and the Deaf Aids... Phase One, in which Doris gets her oats!". Two Orf Us foi composta por Paul como um dueto para ele e John, possivelmente em reação à entrada em cena de Yoko Ono, que roubava toda a atenção de Lennon. Quando gravada, a música tinha o título provisório de "On Our Way Home". Como o lançamento de Get Back foi adiado, Paul deu-a para um dos recentes contratados da Aplle, o Mortimer, trio de Nova York, que a gravou com o título original em maio de 1969. A gravação, produzida por Paul, não chegou a ser lançada, e nunca mais se ouviu falar de Mortimer. A faixa é um dueto bem amarrado de John e Paul - como os Everly Brothers - que tocam os violões. O solo dedilhado é de Paul. George faz o baixo na guitarra e Ringo está sempre lá, na bateria. O que faz lembrar o som da banda nos inícios dos anos 60. Two Of Us aparece duas vezes no filme Let It Be: a primeira no ensaio, levemente acelerada, quando John e Paul improvisam a letra, e depois quando tocam a versão do disco.

“Dig A Pony” foi composta e cantada por John Lennon. Seu nome original era "All I Want Is You" (Tudo o que eu preciso é você). Posteriormente Lennon viria a comentar que a canção era "um monte de lixo" embora tenha mostrado semelhante desprezo por muitas de suas canções. Ela foi composta para mulher Yoko Ono e consiste em várias frases estranhas e sem sentido reunidas culminando no coro "All I want is you". Em cópias Norte Americanas de Let It Be a música foi renomeada para "I Dig A Pony". Assim como outras músicas do álbum foi gravada no Apple Rooftop Concert. Inicia-se com um começo falso, com Ringo Starr gritando "hold it!" para que os outros esperassem pois ele estava segurando um cigarro e estava somente com uma baqueta nas mãos. Na versão do álbum Anthology 3, Paul McCartney começa e termina esta música dizendo "All I want is....". Esta frase aparece em todas as performances da música mas foi cortada por Phil Spector da versão final e posteriormente da versão de Let It Be... Naked. Nos ensaios e gravações, a última variação de "Dig a Pony" foi "Dog a boney," talvez em referência a This Old Man. Na versão do Anthology, Lennon cantou "bog a doney." Durante o Apple Rooftop Concert, Lennon substituiu o que soa como "rode a lorry," e esta é a versão que aparece nos dois álbuns Let It Be e Let It Be... Naked.“Across The Universe”, é a canção mais antiga do álbum LET IT BE, foi gravada em fevereiro de 1968 e chegou ao público pela primeira vez em um álbum beneficente para o WWF (World Wildlife Fund) em dezembro de 1969: “No One's Gonna Change Our World”. As bases de Across The Universe foram gravadas em 4 de fevereiro, John Lennon não ficou satisfeito e tentou por vários takes seguidos. Paul McCartney o convenceu a chamar duas fãs para fazerem backing: a brasileira Lizzie Bravo e Gayleen Pease, que passavam dias acampadas na porta do estúdio para para ver os Beatles, falar com eles e tirar fotos. Mas essa é outra história.Across The Universe foi mixada em mono e colocada de lado enquanto o grupo lançou como single as canções "Lady Madonna" e "The Inner Light". Depois do retorno à Índia, o grupo resolveu gravar algumas canções compostas lá e "Across the Universe" permaneceu engavetada. Spike Milligan ouviu e sugeriu que ela fosse lançada como parte do álbum que ele estava organizando pela World Wide Fund for Nature. Os Beatles concordaram com a proposta e a canção foi mixada em estéreo pela primeira vez por George Martin. Para o álbum da 'wildlife' foi acrescentado efeitos sonoros de pássaros no início e no final da canção. Depois de acrescentados os efeitos, foi acelerada de forma que mesmo com os sons dos pássaros continuasse quase com o mesmo tempo. Para o álbum LET IT BE, Glyn Johns remixou-a dando um tratamento acústico e corrigindo a velocidade.

 
Ao aprofundar seu envolvimento com o pensamento oriental, George tentou conciliar sua posição de estrela do rock com as exigências religiosas de abandonar o ego para obter a iluminação. Sua crença era que a nossa preocupação com o ego - o que "eu" quero, o que pertence a "mim", o que é "meu" - é o que impede nossa absorção pela consciência universal, em que não há dualidade nem ego. "Não há nada que não faça parte do todo completo", George afirmou. "Quando os pequenos 'eus' se fundem no grande 'Eu', então você está realmente feliz!" A melodia de valsa de "I Me Mine" foi inspirada em "Kaiserwalzer", de Johann Strauss II, um trecho de sessenta segundos usado como música de fundo em um documentário da BBC 2, Europa: The Titled and the Unentitled na noite anterior. A versão era da Orquestra Filarmônica de Viena conduzida por Willy Boskovski. George viu o programa e fez a música a partir do que lembrou.
"Dig It" é uma canção dos Beatles do álbum “Let It Be”. A música é creditada a Lennon, McCartney, Harrison e Starkey. É uma das poucas canções creditadas a todos os Beatles. As outras são "Flying" (do Magical Mystery Tour), "Suzy Parker" (do filme Let It Be), "12-Bar Original" (do Anthology 2), "Los Paranoias" (do Anthology 3) e a versão de "Free as a Bird". Esta canção e "Maggie Mae" aparecem no álbum Let It Be, mas não estão incluídas no “Let It Be ... Naked”. Foram substituídas por "Don't Let Me Down". Em Maio de 1969 a versão de Glyn Johns do álbum, intitulado Get Back, teve um trecho de 3:59 de "Dig It", que foi posteriormente reduzida para a versão muito mais curta do álbum final. Algumas versões foram gravadas durante as sessões do projeto Get Back/Let It Be, em 24,26,27,28 e 29 de janeiro de 1969. A versão de 51 segundos é uma parte da gravação de 26 de janeiro,que era uma sessão de doze minutos que envolvia a canção "Twist and Shout". No começo da sessão, Lennon canta a letra principal com intervenção de Harrison, enquanto Heather ficava no vocal de fundo.
Como a performance piorou, Lennon estimulou os outros a continuar. Paul adicionou um vocal barítono de "dig it up, dig it up, dig it up" ("desenterre, desenterre, desenterre") e variantes e Lennon começou a repetir "Like a rolling stone" ("Como um rolling stone"), pessoa sem estabelecimento fixo), então vai para a parte das "pessoas famosas", mencionando "o FBI, a CIA, a BBC, B.B. King, Doris Day e Matt Busby". Entra com fade in e acaba com a frase “That was Can You Dig It? by Georgie Wood, now we’d like to do Hark The Angels Come” e emenda com “Let It Be”. A expressão “Dig it?” (Sacou?) era muito usada na época. Georgie Wood era um anão inglês de vaudeville que se apresentava caracterizado de criança, daí a voz fina que John usa. “Hark the angels come” parece se referir à canção natalina “Hark the Herald angels sing/ (…) Come all ye faithful.” (Atenção, os anjos anunciadores cantam / Venham todos os fiéis). Matt Busby era o destemido empresário do Manchester United que apareceu no noticiário 12 dias antes da gravação anunciando sua aposentadoria.
Lançada como single em março de 1970, "Let It Be" parecia ter sido gravada como o canto do cisne dos Beatles, mas a canção datava de janeiro de 1969. Ninguém fazia ideia de que aquele seria o último síngle. Paul tinha escrito "Let It Be" a partir da sua sensação geral de desespero, uma vez que os Beatles começavam, aos poucos, a ruir. O documentário tinha começado como um registro de um ensaio seguido de uma apresentação ao vivo, mas foi o registro de um grupo dando os últimos suspiros. A essa altura, John preferia passar seu tempo com Yoko, cuja pre-sença no estúdio não era bem-vinda por todos. George já havia deixado o grupo uma vez e estava desestimulado diante da maneira como suas composições eram instantaneamente rejeitadas. Até mesmo Ringo tirou umas férias quando o clima ficou realmente ruim durante a gravação do Álbum Branco. Paul estava claramente tentando assumir o papel de líder porque sentia que sem organização e disciplina ninguém chegaria mais a lugar nenhum. "Acho que estamos muito pra baixo desde que o sr. Epstein morreu", é possível ouvir Paul dizendo no filme. "É por isso que estamos cansados do grupo. Não há nada nele de que podemos tirar proveito.Tem sido um peso. A única maneira de não ser um peso é os quatro pensarem 'devemos transformá-lo em algo de bom novamente ou deixar pra lá?'" Mesmo que o papel de Paul tenha sido necessário, não fez dele mais querido. Os demais começaram a se ressentir do seu papel de organizador. "Let It Be" foi escrita como uma resposta a toda essa pressão: "Eu a escrevi quando todos esses problemas comerciais começaram a me cansar", Paul afirmou. "Eu estava passando por um 'momento pesado' e foi a minha maneira de exorcizar os fantasmas." "Maggie May" (ou "Maggie Mae") é uma canção folk tradicional de Liverpool. Ela fala sobre uma prostituta que cometeu um furto. Serviu como hino informal de Liverpool por 180 anos.
“I’ve Got A Feeling” foi novamente o resultado de duas músicas inacabadas coladas uma na outra. Desta vez, “I’ve Got A Feeling”, de Paul, e “Everybody Had A Hard Year”, de John. A primeira, totalmente, otimista foi presumivelmente escrita para Linda só para dizer que ela era a garota que Paul sempre procurara. A canção de John era uma litania em que todo verso começava com a palavra “everybody”. John realmente tinha tido uma ano difícil. Seu casamento com Cynthia tinha acabado, ele estava separado de Julian, seu filho, Yoko tinha sofrido um aborto espontâneo, ele tinha sido preso sob a acusação de porte de drogas e calculava que sua fortuna pessoal tinha diminuído para cerca de 50 mil libras. Durante a filmagem de Let It Be, John reviu “Everybody Had A Hard Year” e disse, meio de brincadeira, que tinha começado a escrevê-la na noite anterior. Se isso fosse verdade, a origem dela seria janeiro de 1969, mas há um filme na BBC, feito em dezembro de 1968, em que John canta essa música com o violão no jardim de sua casa em Ascot.
“One After 909” talvez seja a canção mais antiga de Lennon & McCartney a ser gravada pelos Beatles. Ela era uma das “mais de cem músicas” que eles sempre diziam ter escrito antes de gravar “Love Me Do” e data dos tempos que passaram juntos em Forthlin Road. Os Beatles gravaram “One After 909” pela primeira vez em março de 1963, durante a mesma sessão que produziu “From Me To You”, mas George Martin foi tão indiferente que a gravação nunca foi lançada. Foi uma iniciativa de John, em 1957, de escrever uma música de ferrovia americana, depois de sucessos skiffle como “Last Train To San Fernando” de Johnny Duncan, “Freight Train”, de The Chas McDevitt Skiffle Group. Assim como “Yesterday”, “The Long And Winding Road” evoca a perda sem descrever uma situação especifica. As imagens de vento e chuva sugerem sentimentos de abandono na natureza, enquanto a estrada longa e tortuosa que leva à “porta dela” é o sinal de esperança. As imagens na verdade vêm da experiência de Paul em High Park, sua fazenda na Escócia, que estava exposta a ventos fortes e era frequentemente açoitada pela chuva.
A estrada longa e tortuosa é a B842, mais de quarenta quilômetros de curvas e desvios que passam pela costa leste de Kintyre até Campbeltown, a cidade mais próxima da fazenda. Paul disse que tinha a voz de Ray Charles em mente quando escreveu “The Long And Winding Road”, e que isso influenciou o uso de acordes em estilo jazz. A estrada é vislumbrada como interminável porque a canção é sobre algo que é inatingível. “The Long And Winding Road” foi lançada como single nos EUA em maio de 1970 e chegou ao número 1.
Inicialmente, “For You Blue” era para se chamar “George’s Blues”. Depois ganhou um título provisório de “Because You’re Sweet And Lovely”. Uma canção de melodia simples, que os Beatles gravaram rapidamente (em 6 takes), sem maiores complicações – o que era raro, nas sessões de estúdio de “Let It Be”. Nos bastidores, nada era simples. Além das diferenças autorais e financeiras, havia as diferenças musicais. George sempre foi o Beatle mais disposto a desenvolver suas habilidades musicais, e foi assim que ele estabeleceu amizades próximas com músicos tão diferentes quanto Ravi Shankar e Eric Clapton. Isso também o levou a fazer experiências constantes com diferentes afinações, instrumentos e modos de tocar. Escrita para Pattie, “For You Blue” era um blues tradicional. O comentário de George sobre ela foi: “É uma música simples seguindo todos os princípios normais dos doze compassos, exceto por ser otimista!”. Curiosamente, apesar de a faixa receber o nome “For You Blue”, o título não é mencionado na letra.
Paul declarou que escreveu “Get Back” originalmente “como uma canção política” e fitas demo remanescentes revelam que ele planejava satirizar as atitudes daqueles que achavam que os imigrantes da Inglaterra deveriam ser repatriados. Deveria ser cantada do ponto de vista de alguém que que acha que imigrantes estavam “tirando” seus lugares e, consequentemente, incitava-os a “voltar” para o lugar de onde tinham saído, e suas intenções satíricas podiam facilmente ser mal interpretadas.Anos depois, Paul ainda tinha que responder perguntas de jornalistas que tinham ouvido versões piratas e queriam saber se ele tinha passado por uma fase racista. “Os versos não eram nada racistas. Se houve um grupo que não era racista, eram os Beatles. Todas as nossas pessoas preferidas eram sempre negras”. Ele disse. Quando foi gravada, “Get Back” tinha sido transformada em uma música sobre Jojo de Tucson, Arizona e Loretta Martin. Nenhuma história se desenvolve, e o refrão original foi mantido. Por se tratar de um rock, “Get Back” foi entendida como um retorno às raízes musicais, e o anúncio de jornal da Apple que trazia o slogan “Os Beatles como a natureza os queria” parecia confirmar essa idéia, “Get Back” é o novo single dos Beatles, dizia. “É a gravação dos Beatles mais ao vivo impossível, nessa era eletrônica. Não há nada eletrônico nela. Get Back é um puro rock de primavera”. O anúncio continuava citando Paul: “Estávamos sentados no estúdio e a fizemos do nada... começamos a escrever a letra ali mesmo... quando terminamos, nós a gravamos nos estúdios da Apple e a transformamos em uma música para curtir as mudanças”. Em entrevistas posteriores George Harrison disse que Paul cantava o refrão nos ensaios com um olhar “esquartejador” para Yoko Ono: “Get back to where you once belonged” ou “Volte para o lugar de onde você veio”. Isso tornou-se a paranóia de John Lennon. Ao final da música, Paul agradece os aplausos de Maureen, esposa de Ringo (Thanks, Mo!) e John tem a palavra final por alguns segundos: "Gostaria de agradecer a todos em nome do grupo, e espero que tenhamos passado no teste".

POR TRÁS DAS CÂMERAS – MICHAEL LINDSAY-HOGG

Sir Edward Michael Lindsay-Hogg, nasceu em 5 de maio de 1940. E, embora só tenha descoberto há poucos anos, através de testes de DNA, é filho do cineasta Orson Welles, morto em 1985. Começou a dirigir a década de 1960 para programa pop britânico “Ready Steady Go!” - um precursor da MTV pelo tipo de programação, onde conheceu os Beatles. Este trabalho o levou a dirigir o especial dos Rolling Stones “Rock and Roll Circus”em 1968, que foi finalmente lançado somente em 1996 .
Em 19 e 20 de maio de 1966 Lindsay-Hogg dirigiu filmes para promover o compacto dos Beatles “Paperback Writer / Rain”. Para “Paperback Writer” foram feitos dois filmes. Em 04 de setembro de 1968 no Twickenham Film Studios Hogg dirigiu o filme promocional para o novo single “Hey Jude”. Esse vídeo é memorável porque marcou o retorno de Ringo Starr ao grupo após um hiato de duas semanas, durante o qual ele havia anunciado que havia deixado a banda e, finalmente em 1970, ele dirigiu o documentário longa-metragem “Let It Be”.
Alguns de seus filmes notáveis incluem “Nasty Habits”,Maus Hábitos (1977) e The Sound of Murder (1982) e “The Object of Beauty” com Andie MacDowell e John Malkovich (1991), Frankie Starlight (1995) e “Waiting For Godot” (2001). Muito do trabalho de Lindsay-Hogg tem sido para a televisão, principalmente para a Granada Television: Brideshead Revisited (1981); Professional Foul de Tom Stoppard (1977), 's The Seagull de Anton Chekov (1978), Simon e Garfunkel / The Concert in Central Park (1982), Faerie Tale Theatre, episódio “Thumbelina” (1984), Master Harold...and the Boys com Matthew Broderick (1985), As Is (1986), Paul Simon, Graceland: O Concerto Africano (1987), a série Marsalis on Music (1995), e uma adaptação de Horton Foote “Alone” (1997). Em 1994 foi convidado para a direção de “A Celebration: The Music of Pete Townshend e The Who”, também conhecido como Daltrey Sings Townshend.
Em 2005, dirigiu um filme para televisão intitulado “Two of Us”
(http://obaudoedu.blogspot.com.br/2011/03/two-of-us-tudo-entre-nos-2005.html
) em homenagem a canção de mesmo nome. O filme é um relato, de 24 de Abril de 1976, (seis anos após a dissolução do grupo). John e Paul estavam juntos vendo Saturday Night Live quando o apresentador Lorne Michaels ofereceu 3 mil dólares se os Beatles aparecessem no programa aquela noite e cantassem 3 músicas. A história é contada através de uma série de conversas entre John Lennon (Jared Harris) e Paul McCartney (Aidan Quinn).
Antes de ser escolhido por Paul McCartney para dirigir “Let It Be”, Michael Lindsay-Hogg dirigiu quatro pérolas para o grupo: “Paperback Writer” e “Rain” em 1966 e “Hey Jude” e Revolution” em 1968. Para os Rolling Stones dirigiu nada menos que 23 vídeoclipes, incluindo seus maiores sucessos na década de 1970. Para Paul McCartney e Wings dirigiu: “Helen Wheels” em 1973; “Mull of Kintyre” em 1977; “With a Little Luck” em 1978 e “London Town” também em 1978.

LET IT BE PODE SER LANÇADO EM 2013

Michael Lindsay-Hogg, diretor do filme "Let it be", que mostra os bastidores da gravação do disco homônimo e traz a última apresentação ao vivo dos Beatles, revelou em entrevista ao site da revista "Examiner" que o DVD com o filme deve ser lançado em 2013. Hogg, que também dirigiu os especiais "The Rolling Stones Rock And Roll Circus" e "Simon and Garfunkel: The Concert in Central Park", contou que a possibilidade de relançamento tomou corpo depois de um encontro casual com Paul McCartney, há cerca de uma década. "Nos encontramos num avião. Isso foi pouco antes da morte de George. Ele já estava muito doente (Harrison não resistiu a um câncer e faleceu em 2001). Por razões pessoais, George não atravessava tempos muito felizes durante as filmagens de 'Let it be'. Ele estava prestes a deixar a banda, seguir seu próprio caminho e coisas do tipo. E sabíamos que não haveria relançamento enquanto ele estivesse vivo. Mas temos trabalhado nisso nos útimos anos. E o plano, no momento, é lançá-lo em 2013”. O diretor adiantou ainda como espera que o longa, exibido originalmente nos cinemas em 1970, seja reeditado. "Será um DVD duplo. O primeiro vai trazer o filme original. O segundo terá um documentário com um making of. Quando lançamos 'Let it be', tive que cortar um monte de coisas. Este disco extra terá muitas dessas imagens". Em 2012, deverá ser disponibilizada uma versão remasterizada e expandida de Magical Mystery Tour.